Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2010

Depois da efusiva posta  do meu colega Cais e, independentemente de concordar, ou não, com ele - o que, até ver, não é o caso - vejo-me obrigado a fazer aqui referência à Nota da Direcção do JN. Como refiro acima, aqui não só damos, como temos que dar, voz a todos.


"Mário Crespo cessa colaboração no JN

O jornalista Mário Crespo foi até ontem colaborador de opinião do Jornal de Notícias. Essa colaboração cessou por sua vontade. Acontece que, no domingo à noite, o director do JN o contactou dando-lhe conta das dúvidas que lhe causava o texto que Mário Crespo enviara para publicação no dia seguinte. Basicamente, no entender do director do JN o texto de Mário Crespo não era um simples texto de Opinião mas fazia referências a factos que suscitavam duas ordens de problemas: por um lado necessitavam de confirmação, de que fosse exercido o direito ao contraditório relativamente às pessoas ali citadas; por outro lado, a informação chegara a Mário Crespo por um processo que o JN habitualmente rejeita como prática noticiosa; isto é: o texto era construído a partir de informações que lhe tinham sido fornecidas por alguém que escutara uma conversa num restaurante.

Da conversa entre o director e o colaborador do jornal resultou que este decidiu retirar o texto de publicação e informou que cessava de imediato a sua colaboração com o jornal, o que a Direcção do JN respeita."



publicado por fblourido às 14:17 | link do post

De Cais das Colinas a 3 de Fevereiro de 2010 às 10:13
Obrigado pelo pluralismo.
Quando for grande quero ser um tipo tranquilo e ponderado como tu.


De fblourido a 3 de Fevereiro de 2010 às 12:39
Não é pluralismo, é "direito ao contraditório"; também é para evitar que a direcção do JN tenha que publicar a nota através da Fundação Sá Carneiro. eheh
Olha que o Nuno Santos parece que disse que afinal "as coisas não se passaram como Mário Crespo as descreve". A propósito, sabias que o Crespo vai lançar um livro na semana que vem com as crónicas do JN, incluindo aquela que não foi publicada, que segundo o próprio é "um elemento fundamental" do dito, prefaciado pelo Medina Carreira? Enfim, fait divers '. Este deve ser o País em que mais vezes os jornalistas querem ser, eles próprios, 'a notícia'.


De Cais das Colinas a 3 de Fevereiro de 2010 às 12:58
Pois... tenho acompanhado a polémica.
Por isso é que escrevi que quando for grande quero ser como tu. Deve ter soado a ironia (e costuma ser) mas neste caso não era.
Lá que vai ajudar à venda do livro, isso vai.
E mete o Inst. Sá Carneiro e a edição do livro a passar pelas mãos da Zita Seabra, enfim - um granel.
Eu confesso que gosto do senhor, ainda que tenha consciência de que ele também tem a sua agenda.
A entrevista ao Passos Coelho, por exemplo, foi um triste exemplo de mau jornalismo e de desrespeito pelo convidado e pelo público.
Será que não se pode confiar em ninguém?
Ainda bem que temos os nossos cães - sempre temos em casa um valor seguro...


De fblourido a 3 de Fevereiro de 2010 às 14:44
Soou, de facto. É, talvez, do hábito, eheh. Isto traz-me à memória uma justificação que eu dava aos meus amigos comunistas de Arraiolos, nas nossas conversas de Tertúlia de café. Se eu confiasse nas pessoas da forma a que tu aludes, era comunista. Quimeras.


De Cais das Colinas a 3 de Fevereiro de 2010 às 14:58
Quimeras não.
Pesadelos.
Tu nunca serias comunista. Eras incapaz de fazer mal a quem quer que fosse.
Uma vez li uma entrevista à Madre Teresa de Calcutá em que ela dizia que não era assim tão boa pessoa como a pintavam. E dava o exemplo de que quando era miúda gostava de apanhar moscas e de lhes arrancar as asas.
Tu na melhor das hipóteses pregas com um maço de estacas num compincha mas é sem querer...


De fblourido a 3 de Fevereiro de 2010 às 16:04
Lá está. Eu não confio em pessoas que fazem mal às outras. No entanto, penso que falamos de coisas distintas: uma coisa é o comunismo, outra, completamente diferente, é o que foi o comunismo. Ou seja, a aplicação da teoria à prática embicou, exactamente naquilo que, supostamente, pretendia salvar, o espírito humano, que está longe de ser pleno de luz e imaculado como os primo-teóricos comunistas supuseram que fosse. Partindo do princípio que agiam imbuídos de boas intenções, só assumindo esta ingenuidade se compreende porque formularam tal teoria. Eis porque eu não sou hoje comunista, pela mesma razão que sou agnóstico, não tenho esse tipo de fé. Fico contente por saber que até a Madre Teresa de Calcutá, pelas suas declarações, corrobora a minha tese.


De Cais das Colinas a 3 de Fevereiro de 2010 às 16:34
Para mim o comunismo tem 2 problemas:
O primeiro é que mesmo em teoria é um pesadelo. A sua aplicação correu da forma que correu porque em teoria aquilo corresponde de facto a um sistema que se apoia na exclusão e na supressão das liberdades. Seria apenas natural que ao aplica-lo se tenham criado regimes ditatoriais que praticavam a exclusão.
O segundo é que a teoria parte de um princípio parvo que é a criação daquilo a que chamavam o "Homem Novo".
Criar um modelo cuja aplicação depende do aparecimento de uma nova espécie não é lá muito inteligente.
Eu também posso criar uma teoria para acabar já com as injustiças, as guerras, o crime, o aquecimento global e todos os problemas do Homem: é o repolhismo.
Se os Homens se transformassem todos em repolhos acabava-se com todos os problemas num instante.
Não se pode dizer que seja genial.
Isto não é resolver nada - é só ser um bocado parvo.


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