Imagens do pálácio imperial Katsura
O que é que o Japoneses têm que nós e, de resto, mais ninguém tem? Um sentido estético fabuloso e, até ver, para mim, imbatível. Confesso, sou apaixonado pela cultura nipónica, o que não significa, obviamente, que goste de alguns aspectos que considero menos positivos e que, potencialmente, existem em todas as culturas. Mas de entre todos os aspectos que venero destaco o seu sentido estético. Milhares de anos de evolução, gerações de meditação, algum isolamento (provavelmente com mais vantagens que desvantagens) levaram àquilo que para mim é a pureza do traço. Não falo de pureza apenas no sentido de minimal, pois eles foram muito além disso. Não sei se conscientemente, se forçados pelos condicionalismos próprios de se ser humano e habitar um Mundo com limitações físicas, os Japoneses criaram aquela que para mim é a mais perfeita relação do Ideal, do Desenho, do Imaginário, com a Natureza. E é exactamente aí que reside a sua maior força. Todo o traço do Desenho nipónico, seja na Arquitectura ou noutra qualquer área, nasce do Homem, em profunda harmonia com Ela. Por vezes, pode até não parecer devido à agressividade na utilização dos materiais, mas até na Arquitectura nipónica contemporânea nos sentimos em harmonia, é um Desenho com o qual o Homem se indentifica visceralmente, penso eu.. Enfim, andava para fazer esta homenagem aos meus ídolos há já algum tempo. Voltarei ao tema, sem dúvida.
NE apartment, Yuji Nakae