O País, assim como a Europa e o Mundo por estes dias, encontra-se num impasse. O caminho para um futuro menos mau para Portugal passa pela intervenção de uma, e de apenas essa, pessoa: o Sr. Aníbal Cavaco Silva. Posto isto, asseguro-vos que estou com os nervos em franja.
O historial do personagem não augura nada de bom, antes pelo contrário. Pim!
"O Dantas saberá gramática, saberá sintaxe, saberá medicina, saberá fazer ceias pra cardeais, saberá tudo menos escrever que é a única coisa que ele faz!
(...)
Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de todo o Mundo! O país mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degredados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! O entulho das desvantagens e dos sobejos! Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!
Morra o Dantas, morra! Pim!" - José de Almada Negreiros
O Manifesto lido pelo enorme Mário Viegas.
De Cais das Colinas a 22 de Março de 2011 às 23:14
Bom, eu gosto tanto do sr. Aníbal como de levar com caca de pombo na imperial quando estou numa esplanada.
Ainda assim temos em São Bento duzentas e tal pessoas que podem fazer abanar (e cair ou não) um governo minoritário.
Aliás, fiquei sem saber se achas que o sr. Aníbal deve ajudar a manter o governo em funções ou ajudar a precipitar a sua queda.
Confesso que a situação que mais me preocupa neste momento é a do meu Sporting e aí o sr. Aníbal não tem voto na matéria...
A perspicácia do Sr. Aníbal devia tê-lo levado a concluir que seria interessante manter o Governo em funções, pelo menos até, penso que, quinta-feira da próxima semana, altura na qual se discutirá, em Bruxelas, o futuro da Europa e, particularmente, de Portugal. Palpita-me que lá na bélgica não acharão muita piada a esta história. Com que cara se vai pedir ajuda a outros se não nos ajudamos a nós próprios?
Por outro lado, atingiu-se, ontem, um acordo que posso denominar de histórico, no qual os parceiros sociais fixaram um limite de 12 meses às indemnizações por despedimento (limite máximo não existia), reduziram as mesmas de 30 dias para 22 por cada ano de trabalho e eliminaram o respectivo limite mínimo, flexibilizando assim, bastante mais, o mercado de trabalho. Este acordo, uma vez que não foi assinado pela CGTP, poderá perder a validade caso mais parceiros saltem fora, após a queda do Governo.
Resta-nos esperar que, num lampejo de rara genialidade, Cavaco convoque eleições sem demitir o Governo, para que não estejamos a duodécimos, que é precisamente o que os mercados querem.
Isto não é morrer na praia. É homicídio qualificado na praia. Agora pode ser tarde demais, mesmo para recusar a demissão do Governo, de tal forma estão extremadas as posições das partes. Mais uma demonstração exemplar de brilhantismo catedrático e aptidão para o cargo.
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