Esta posta é a propósito da tragédia que se abateu sobre o território madeirense e quero, antes de mais, escrever que sou solidário com os nossos compatriotas madeirenses, neste momento terrível.
Poderão, à primeira vista, pensar que se trata de um ataque político, à semelhança de outros que, aproveitando-se da situação, o estão a fazer. Nada de mais falso; esta posta trata de factos.
Estava escrito; estava escrito que, à semelhança de outros locais no País, aquela tragédia ocorresse. Quem trabalha na área do Ordenamento do Território, sabe bem que, por vezes a toponímia é importante demais. Já não falo sequer de tornar as áreas de leito de cheia em áreas non aedificandi - áreas de construção condicionada - como manda a Lei da Reserva Ecológica Nacional (REN) que, se não me engano, nunca teve aplicação nos territórios insulares (apenas os novos PDM as vão incluir, com óbvias adaptações). Falo simplesmente, isso sim, de prestar atenção à toponímia. A área mais afectada chama-se Ribeira Brava. Será que isto nunca levantou dúvidas a ninguém? Era mesmo necessário ter a REN aplicada no território para chegarem a conclusões que salvariam vidas, ou bastaria ter bom-senso?
Sem me querer alongar muito mais, culpo, liminarmente, por esta tragédia os responsáveis pelo Ordenamento do Território daquele Governo e, em última análise o seu Presidente que parece querer desenvolvimento (ou será apenas construção?) sem olhar a meios.
Lido hoje no Público: 'Manuela Ferreira Leite considera inaceitável que "autarcas invoquem a sua ligação aos governos"'.
A questão é: E o oposto como é defendido por Alberto João Jardim, é já aceitável?
Mas ninguém investiga e processa estas pessoas, nomeadamente e principalmente o Sr. Alberto João Jardim por abuso de autoridade? Desde quando é que ele tem poder para dar ordens directas à P.S.P.?
Perdoem a banda sonora.