"- Enquanto não forem, ou os filósofos reis nas cidades, ou os que agora se chamam reis e soberanos filósofos genuínos e capazes, e se dê esta coalescência do poder político com a filosofia, enquanto as numerosas naturezas que actualmente seguem um destes caminhos com exclusão do outro não forem impedidas forçosamente de o fazer, não haverá tréguas dos males, meu caro Gláucon, para as cidades, nem sequer, julgo eu, para o género humano (...)"
"- Além disso, é preciso ainda examinar o seguinte, se se quiser distinguir uma natureza filosófica da que não é.
- Examinar o quê?
- Que não tenha, sem que tu o saibas, qualquer baixeza; porquanto a mesquinhez é o que há de mais contrário a uma alma que pretende alcançar sempre a totalidade e a universalidade do divino e do humano.", excertos do diálogo entre Sócrates e Gláucon in "A República" de Platão.
Pois bem, acreditas tu, caro leitor, que este diálogo aconteceu por volta de 420 a.c., ou seja, há, sensivelmente, 2430 anos? Que parte é que eu perdi, que não sei o que aconteceu entretanto, pois volvidas essas duas dúzias de séculos, tudo permanece igual, exctamente igual, neste particular? Não aprendemos nada porquê? Que dizes?
Em tempos difíceis, aqui ficam algumas palavras que ajudam a colocar os problemas em perspectiva. (via Valupi)