Estamos em período de aperto. Portugal necessita de ser mais eficiente - a todos os níveis - mas, tal como um computador que apesar de ter um bom software não funcionará bem sem ter um igualmente bom hardware, também o país pode ter cidadãos cheios de iniciativa, bem formados e informados e empresas extremamente competitivas que não irá a lado nenhum sem ter um bom ordenamento do território. Sei que sou suspeito pois trata-se da minha ocupação diária, porém acredito, sinceramente, que a nossa maior eficiência e competitividade enquanto país passará, necessariamente, por uma evolução positiva na área do ordenamento do território. Por ser uma área que me diz muito e por ter uma extrema complexidade, este será o primeiro de uma série de posts acerca do tema, que serão administrados em pequenas doses homeopáticas.
Hoje abordarei uma questão essencial: a classe política.
Infelizmente, dificilmente faremos algo de bom no ordenamento enquanto a classe política depender dos votos para ganhar eleições, ou se quiserem, dificilmente faremos algo de bom no ordenamento enquanto a classe política puder determinar onde ocorrem as áreas de expansão urbana, ou se quiserem, dificilmente faremos algo de bom no ordenamento enquanto a classe política não tiver o mínimo de formação em ordenamento do território, e ainda, se quiserem, dificilmente faremos algo de bom no ordenamento enquanto a classe política não perceber que ao viabilizar as pretensões de meia dúzia de votos eleitores pode estar a hipotecar a pretensão da totalidade dos que governa: o direito que têm a um bom ordenamento. No fundo, e pensando mehor, dificilmente faremos algo de bom no ordenamento enquanto os eleitores não souberem o que é o ordenamento. Esta é a verdade. Para primeiro post, para não os cansar já, e porque eu próprio estou um pouco cansado, fico-me por aqui. Próxima paragem: a importãncia do debate público sobre ordenamento.
Pertinente, bem disposto e deveras interessante.