Quem estudou Arquitectura tem que os conhecer, e ainda bem. Foi, de facto, um grupo que levou a cabo experiências interessantíssimas, nos domínio da Arquitectura e do Urbanismo e por isso foi reconhecido em 2002, tendo-lhe sido atribuída a Royal Gold Medal for Architecture. Quem não conhece a Walking City ou a Plug-in City, ambas de 1964, verdadeiras revoluções (revelações) na forma de olhar a cidade? Para quem gosta destes senhores, e não serão poucos certamente, aqui fica a referência.
A nossa não é, mas há casos piores. Tema interessante se pensarmos que nos aproximamos de épocas difíceis no que diz respeito ao declínio na produção mundial de petróleo e nas alterações climáticas e seus efeitos secundários, nomeadamente, a escassez de água potável. Ou seja, o menor dos problemas dos nossos filhos será não terem, provavelmente, segurança social. Como calculam, a forma como pensamos a cidade terá que ser completamente alterada em função destes novos desafios que nos são colocados. E iremos vingar, por Toutatis.
Para chamar atenção para esta problemática, criou-se um sítio (www.resilientcity.org), carregado de informação e links para mais informação, que qualquer pessoa, e especialmente os profissionais da área do ordenamento, deverá visitar e aprofundar. Chamo a atenção, particularmente, para a bibliografia em "Resources".
Bom, aqui fica a sugestão e deixo também um pequeno aperitivo sobre o tema: existe um concurso de ideias com prémio. O vídeo abaixo é um trailer de um documentário sobre esta problemática.
Podem ver a versão integral aqui.
Foi este fim-de-semana que nos deparamos com algo digno de nota, no mínimo. Este, controverso, tema já aqui foi abordado, noutro contexto; aqui fica portanto mais um caso prático.
Às portas do Parque Nacional Peneda-Gerês, na localidade de Serzedelo, concelho da Póvoa do Lanhoso, eis que um cidadão livre (até ver!; nunca se sabe à cause dos novos projectos de Lei para o crime urbanístico) decidiu erigir uma cópia fiel de uma das casas da "irredutível aldeia gaulesa". Percebe-se porquê, senão veja-se: para os que não sabem, o concelho da Póvoa do Lanhoso é rico em explorações de granito, algumas delas dentro da própria vila, e como tal, só se compreende que o dono de obra de tão peculiar edíficio o esteja a construir para iniciar um negócio de exportação de menires, provavelmente, enquadrado pelos apoios da AICEP à internacionalização. Lamento apenas a qualidade da imagem, mas prometo apdeites da dita com melhor qualidade e em novas fases da obra.
P.S. - Sei que não é fácil mas gostaria que tentassem visualizar (ou na impossibilidade, imaginar) a cabeça de águia-pesqueira que se encontra esculpida imediatamente acima do vão da porta. Penso ser um detalhe que dá toda uma outra dimensão a este projecto, para além de acrescentar inegáveis qualidades plásticas ao mesmo.
P.S. 2 - Para quem se pergunta porque é que a cota de soleira do edifício se encontra 1,8m, mais coisa menos coisa, acima do solo, a resposta é simples: o dono de obra quer, provavelmente, ter uma cave, e tem direito a isso, nem que para tal tenha que movimentar hectometros cúbicos de terras. Este é, portanto, um paradigma da 'construção sustentável': é de madeira; e bastante, atrevo-me a dizer.
Estes em que esbarrei ao deambular por esta maravilha que é a net. Aconselho vivamente o uso deste blog pela qualidade das escolhas e detalhe da informação prestada e deste porque é sempre bom estar a par das coisas interessantes que vão saindo para espevitar o intelecto. Já este concurso parece bastante interessante.
Inspirador.
imagem: guardian.co.uk ©
Esta imagem poderia ter sido captada numa qualquer rua de cidade por esse mundo fora. E foi. Aliás, a própria cidade onde foi captada, navegará por esse mundo fora a partir de 1 de Desembro; chama-se Oasis of the Seas e é o maior navio de cruzeiro do mundo. Mais informação aqui e fotos.
imagem in Público online
Uma vez que o art.º 11 do Regulamento de Deontologia da Ordem dos Arquitectos não é muito claro quanto ao que se pode, ou não, fazer nestes casos, abstenho-me de comentários e remeto para as sábias palavras de Nuno Teotónio Pereira. Arrisco apenas um comentário: pessoalmente e neste particular, não gosto de "de ideias que se aproximam do limiar entre o kitsch e o piroso", e mais não digo.
Pertinente, bem disposto e deveras interessante.